Questões/problemas em perícias médicas nos casos de depressão
Colecistite aguda: diagnóstico e tratamento
Pancreatite aguda: etiologia, apresentação clínica e tratamento
Revista associada à:
Out/Dez - 2013
Vol. 12 , N. 4 - Atividade física e saúde
Apresentação
Paulo T.V. Farinatti; Nádia S. Lima da Silva; Ricardo B. Oliveira; Walace D. Monteiro
Descritores:
Artigos
3 - Aplicação clínica do alongamento muscular: breve revisão
Ercole C. Rubini; Paulo T. V. Farinatti; Elirez B. Silva
doi:10.12957/rhupe.2013.8708
Exercícios de alongamento são usualmente recomendados em programas de treinamento físico. Nos últimos anos, os efeitos da hipomobilidade ou hipermobilidade na incidência de lesões vêm sendo investigados, bem como suas relações com doenças. O possível efeito do alongamento sobre o sistema cardiovascular também vem sendo alvo de interesse. Sendo assim, o objetivo desta breve revisão foi analisar os estudos que investigaram a aplicação clínica do alongamento muscular. Os artigos foram obtidos a partir de busca realizada nas principais bases de dados: National Library of Medicine (MEDLINE) (1966-2011), EMBASE (1974-2011), Cochrane Database of Systematic Reviews (Cochrane Reviews) (1993-2011), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) (1982-2011), Physiotherapy Evidence Database (PEDro) e Scientific Eletronic Library Online (SciELO) (1997-2011); e foram originalmente publicados em língua inglesa e portuguesa. Não houve limite de data. Para cada base de dados foram utilizadas combinações de palavras-chave e seus respectivos sinônimos em inglês ou português. Verificou-se que hipomobilidade e hipermobilidade apresentam associação com problemas diversos de saúde, sendo importante analisar essas condições em avaliações físicas e funcionais. No primeiro caso, os exercícios de alongamento muscular deverão ser evitados, enquanto no segundo deveriam ser priorizados. Recentemente, estudos têm demonstrado que o alongamento muscular é capaz de produzir respostas cardiovasculares não negligenciáveis, mormente na frequência cardíaca, pressão arterial sistólica e diastólica, duplo produto e variabilidade da frequência cardíaca. Investigações nesse campo são necessárias, pois tais respostas podem ter implicações relevantes na segurança dos exercícios em determinados casos, mas também podem se associar a efeitos benéficos em longo prazo.
Descritores: Flexibilidade; Exercício; Aptidão física; Sistema cardiovascular; Saúde.
4 - Benefícios do exercício físico para pacientes com HIV/AIDS
Taciana Pinto; Fernanda Monteiro; Lorena Paes; Paulo T. V. Farinatti
doi:10.12957/rhupe.2013.8709
A síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS - Acquired Immune Deficiency Syndrome), proveniente da infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV - Human Imunnodeficiency Virus) é caracterizada pelo comprometimento do sistema imune. Apesar de o advento da terapia antirretroviral altamente ativa (HAART - Highly Active Antiretroviral Therapy) ter aumentado significativamente o tempo de sobrevida das pessoas com HIV/AIDS, a infecção juntamente com os efeitos pelo uso prolongado da HAART acarreta prejuízos à saúde do paciente em longo prazo. O objetivo deste estudo foi revisar a literatura acerca dos efeitos do exercício físico, enquanto estratégia terapêutica complementar aos efeitos adversos causados pela infecção por HIV e pelo uso prolongado de HAART. Foram discutidos aspectos relacionados com respostas cardiovasculares, lipodistrofia, dislipidemia, indicadores psicológicos, função muscular e síndrome de wasting, sistema imune e osteopenia/osteoporose. Em conclusão, as evidências disponíveis indicam que a prática de exercícios supervisionados consiste em alternativa eficaz para prevenção e redução de efeitos adversos causados pela infecção por HIV e HAART, sem ocasionar prejuízos à função imune do paciente.
Descritores: Terapia antirretroviral de alta aividade; Educação física e treinamento; Treinamento da resistência; Aptidão física; Saúde.
5 - Estimulação transcraniana por corrente contínua: da aplicação clínica ao desempenho físico
Rafael A. Montenegro; Alexandre H. Okano; Sérgio Machado; Flávia Porto; Jonas L. Gurgel; Paulo T. V. Farinatti
doi:110.12957/rhupe.2013.8710
Técnicas não invasivas para modular a função cerebral vêm sendo desenvolvidas, dentre as quais se destaca a estimulação transcraniana por corrente contínua (ETCC). Este artigo de revisão teve por objetivo descrever as características e mecanismos associados à ETCC, bem como suas aplicações clínicas potenciais, analisando estudos que relacionaram esta técnica com neuroplasticidade, reabilitação e desempenho físico. Os principais mecanismos de ação propostos para a ETCC envolvem receptores N-metil-D-aspartato, principalmente no tocante aos efeitos pós-estimulação. Esses efeitos seriam influenciados por alguns neuromoduladores, como a serotonina, dopamina, adrenalina, GABA e acetilcolina. Há um consistente corpo de evidências sugerindo que a ETCC seja eficaz no tratamento de distúrbios neurológicos como doença de Parkinson, mal de Alzheimer, depressão e compulsões por drogas e alimentos. Estudos recentes sugerem que um novo campo de aplicabilidade da ETCC possa estar relacionado com um provável efeito ergogênico, especialmente sobre a produção de força muscular, desempenho aeróbio e percepção do esforço. É possível, igualmente, que a ETCC possa ter efeitos favoráveis sobre o dispêndio energético após exercício físico e com o controle da pressão arterial.
Descritores: Terapia por estimulação elétrica; Neurotransmissores; Efeito melhoria do rendimento; Exercício físico; Saúde.
6 - Avaliação da maturação em crianças e jovens
Dionizio Mendes Ramos Filho; Gustavo C. Lopes; Astrogildo V. Oliveira-Júnior
doi:10.12957/rhupe.2013.8711
A avaliação da maturação é um aspecto importante da prática desportiva por parte de crianças e adolescentes. Existem diferentes métodos de avaliação em crianças e adolescentes, cada um com pontos fortes e fracos. Nas primeiras duas décadas de vida, a criança e o adolescente vivenciam três processos interativos: crescimento, maturação e desenvolvimento. O primeiro processo refere-se ao tamanho e proporções físicas; o segundo refere-se ao aprimoramento das funções esquelética, reprodutora, somática, neuroendócrina e neuromuscular. O terceiro processo refere-se ao desenvolvimento cognitivo, emocional, social, motor e moral. O presente texto apresenta uma revisão dos métodos de avaliação da maturação de crianças e adolescentes, descrevendo as características principais das diferentes técnicas, vantagens e desvantagens de cada uma delas. A maturação dos diferentes órgãos e sistemas ocorre em diferentes ritmos e momentos, levando-nos a concluir que a avaliação do estado de maturidade biológica varia com o sistema corporal considerado. Sendo assim, a eficiência de uma determinada estratégia está diretamente associada a sua capacidade de identificar os diferentes estágios de maturação biológica. Os sistemas mais comumente utilizados para avaliação da maturação são os sistemas esquelético, reprodutivo (sexual) e somático. A maturação dental (erupção e calcificação) é ocasionalmente utilizada, mas tende a se comportar independentemente dos outros três sistemas. Do ponto de vista hormonal a maturação também sofre grande influência dessas substâncias e também deve ser considerada. A determinação da maturidade esquelética, através da identificação da idade óssea, parece constituir-se no método que reúne mais vantagens na determinação do estágio maturacional de jovens, mesmo durante o período peripuberal.
Descritores: Determinação da idade pelo esqueleto; Determinação da idade pelos dentes; Crescimento e desenvolvimento; Saúde.
7 - Aspectos relevantes sobre a hidratação no esporte e na atividade física
Matheus R. Hausen; Ricardo G. Cordeiro; Ana Paula M. Guttierres
doi:10.12957/rhupe.2013.8712
Durante a prática de exercício físico - o responsável pela geração de calor independente de fatores externos -, o corpo busca a manutenção da temperatura corporal em torno de 37ºC. Para que isto seja possível, o mecanismo de evaporação do suor é meio primário pelo qual o corpo busca manter sua homeostase. A magnitude da perda hídrica durante o exercício é dependente de fatores como a individualidade, as características da atividade física e as condições ambientais. Diante disso, a reposição de líquidos é essencial para a manutenção do desempenho e, principalmente, para garantir um funcionamento satisfatório do sistema cardiovascular. Neste contexto, a seleção de uma bebida para ser consumida durante o exercício com o objetivo de reposição dos fluidos corporais perdidos deve respeitar algumas características específicas para promover uma recuperação hidroeletrolítica e metabólica adequada. Para os distintos momentos do exercício (antes, durante e após a atividade) diferentes protocolos de consumo são recomendados. Além da água e dos repositores hidroeletrolíticos, outros produtos como glicerol, bebidas lácteas de baixo teor de gordura, bebidas energéticas e cerveja também têm sido estudadas na hidratação de atletas e pessoas fisicamente ativas. Para uma adequada reposição dos fluidos, além da seleção da bebida, é necessário que se faça uma avaliação do nível de desidratação, cujas técnicas podem variar em relação ao custo, portabilidade, tempo de execução e nível de precisão do método. Diante do exposto acima, o objetivo deste trabalho é, por meio de uma breve revisão, trazer aos profissionais envolvidos direta e indiretamente com a prescrição de exercícios físicos para diferentes populações conhecimentos fisiológicos que envolvam o processo de desidratação no exercício, bem como fornecer informações sobre os diferentes tipos de bebidas para a hidratação, métodos de avaliação do estado de hidratação e protocolos de hidratação antes, durante e após o exercício físico.
Descritores: Desidratação; Repositores hidroeletrolíticos; Termorregulação.
Gustavo C. Lopes; Luciane P. da Costa
doi:10.12957/rhupe.2013.8713
O termo "rabdomiólise" significa literalmente quebra ou ruptura do tecido muscular esquelético, que é derivado de uma de suas principais características: a deterioração deste tecido. A rabdomiólise possui uma etiologia bastante variada sendo conhecida há muito tempo. A interação com vários fármacos é bem-descrita pela literatura. Episódios curtos de exercício agudo ou severo também podem aumentar em muito a probabilidade de seu aparecimento. Além disso, estudos recentes mostram que sob certas circunstâncias esta interação também pode ser observada com a utilização de alguns tipos de suplementos alimentares, um comportamento comum reportado por praticantes de atividade física em geral. Esta síndrome normalmente está associada com uma lesão celular maciça, que pode levar à dor e eventual e potencialmente a óbito. Os mecanismos fisiopatológicos que originam a rabdomiólise são relativamente bem-descritos, porém diversos estudos recentes sugerem que alterações significativas no equilíbrio antioxidante do organismo estão associadas com esta síndrome. Contudo, a utilização de antioxidantes como estratégia terapêutica ainda apresenta resultados controversos. Por outro lado, trabalhos recentes mostram que o treinamento adequado exerce um efeito protetor contra o aparecimento de danos celulares induzidos pelo exercício, promovidos pela manutenção do estado antioxidante. O conhecimento insatisfatório apresentado por professores de educação física sobre esta síndrome merece atenção, pois estes profissionais trabalham atendendo diariamente a centenas de pessoas. Este quadro se torna ainda mais problemático quando uma parte significativa da população começa a participar de regimes de atividade física em condições não controladas. Sendo assim, é de fundamental importância o reconhecimento desta síndrome na prática desportiva de modo que possa ser realizada uma intervenção precoce. Futuros estudos são necessários para o diagnóstico da rabdomiólise, facilitando o monitoramento e prevenção de riscos no exercício físico. Em nosso laboratório estamos avaliando parâmetros bioquímicos que poderiam estar associados com possíveis mecanismos nessa síndrome.
Descritores: Rabdomiólise; Dano celular; Redox; Exercício físico.
Felipe A. da Cunha; Rafael A. Montenegro; Paulo T. V. Farinatti
doi:10.12957/rhupe.2013.8714
A importância do exercício aeróbio para controle do peso é bem-aceita na literatura, mas há dúvidas sobre a dose ótima de exercício com esse fim. A presente revisão descreve as bases metodológicas da prescrição do exercício aeróbio sob a ótica da otimização do dispêndio energético (DE) e redução de peso em pacientes sedentários. Nesse contexto, dentre as principais características da prescrição dos exercícios aeróbios destacase a intensidade. Para o estabelecimento da intensidade e estimativa do DE do exercício, tem sido recomendado o uso do percentual de consumo de oxigênio de reserva (%VO2R), em razão de sua suposta relação de equivalência de 1:1 com o percentual de frequência cardíaca de reserva (%FCR), em conjunto com as equações metabólicas do American College of Sports Medicine (ACSM) para cálculo da carga de trabalho. Porém, existem limitações na aplicação desse método, principalmente em virtude da hipotética relação 1:1 entre %FCR-%VO2R não se reproduzir em sessões contínuas de exercício de longa duração realizado com diferentes intensidades. Com isso, pode-se superestimar ou subestimar o DE. Outro aspecto é intensidade ideal de treinamento. Recentemente, tem-se recomendado exercícios de alta intensidade e curta duração para promover maiores benefícios sobre a aptidão cardiorrespiratória, composição corporal e fatores de risco cardiovasculares, em comparação com sessões de moderada intensidade e longa duração. Porém, aspectos relacionados com a adesão às rotinas de exercício colocam em dúvida essa estratégia, o que deve ser considerado na elaboração dos programas visando a redução de peso e promoção da saúde.
Descritores: Treinamento; Consumo de oxigênio; Gasto energético; Promoção da saúde; Aptidão física.
10 - Exercício físico e síndrome metabólica
Fabrício V. A. Vasconcellos; Luiz G. Kraemer-Aguiar; Ada Fernanda P. S. Lima; Tânia M. P. F. Paschoalino; Walace D. Monteiro
doi:10.12957/rhupe.2013.8715
A síndrome metabólica (SM) é caracterizada por um conjunto de fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e de diabetes mellitus tipo 2 (DM2), que se manifestam, em geral, mais concomitantemente do que isoladamente, e estão relacionados à obesidade (particularmente central), a elevações da pressão arterial, da glicemia e dos triglicerídeos e aos baixos níveis de HDLcolesterol. Nas últimas décadas, o número de pessoas acometidas por um ou mais dos fatores de risco para SM tem aumentado drasticamente, tornando essa síndrome um problema de saúde pública em escala mundial. O tratamento da SM pode ser feito através de diferentes terapias, envolvendo recursos medicamentosos e não medicamentosos. No caso da terapia não medicamentosa, o exercício físico tem sido apontado como um importante instrumento, por atuar direta ou indiretamente no combate a todos os fatores de risco que compõem a SM. Desta forma, a presente revisão aborda o papel da prática sistemática do exercício nos diferentes fatores de risco para SM. Inicialmente, são enfocados os efeitos do exercício na obesidade, destacando-se nesse contexto a obesidade central. Em seguida, são apresentados os efeitos do exercício sobre o LDL-, HDL-colesterol e triglicerídeos. Posteriormente, são tecidas considerações sobre a aplicação do exercício na hipertensão arterial, resistência à insulina e DM2. Por fim, o texto descreve os aspectos metodológicos que devem reger a prescrição de exercício aeróbio, de força muscular e de flexibilidade para indivíduos portadores de SM.
Descritores: Síndrome metabólica; Exercício físico; Obesidade; Dislipidemias; Hipertensão; Diabetes mellitus tipo 2.
Raul A. Freire; Brenno S. Silva; Walace D. Monteiro
doi:10.12957/rhupe.2013.8716
O sedentarismo é um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil e no mundo, que leva a uma grande incidência de várias doenças e mortalidade por diversas causas. Em contrapartida, a prática regular de exercícios traz diversos benefícios à saúde. Dentre as várias formas de atividade física, a caminhada é uma das mais praticadas pela população devido à facilidade para realização, ao baixo custo e ao reduzido risco de lesões. Adicionalmente, a literatura tem demonstrado que a caminhada pode ser bastante útil na prevenção e tratamento de diversas doenças, reduzindo ou estabilizando os sintomas e diminuindo a quantidade de medicamentos. No entanto, os dados referentes à questão dose-resposta para observar essas melhoras ainda são inconsistentes. Além disso, as diretrizes que tratam da progressão do treinamento envolvendo a caminhada ainda são muito gerais. O presente artigo trata especificamente desses temas e objetiva detalhar algumas questões relacionadas à dose-resposta da prática da caminhada em diferentes problemas de saúde, bem como tecer algumas considerações metodológicas que envolvem a prescrição segura e eficiente desta atividade. Para tanto, o texto foi organizado em três tópicos. No primeiro, é abordada a questão dose-resposta da prática da caminhada e seus benefícios à saúde. O segundo tópico abordado diz respeito à atuação específica da caminhada na prevenção e tratamento de algumas doenças e fatores de risco, bem como na redução no uso de medicamentos. No terceiro tópico, são tecidas algumas considerações metodológicas para prescrição da caminhada, introduzido neste contexto o papel da detecção da velocidade de transição caminhada-corrida para prescrição do exercício.
Descritores: Caminhada; Exercício físico; Treinamento; Prevenção de doenças; Saúde.
Felipe A. Cunha; Lenifran Matos-Santos; Renato O. Massaferri; Tainah P. Lima Monteiro; Paulo T. V. Farinatti
doi:10.12957/rhupe.2013.8717
Evidências indicam que reduções crônicas na pressão arterial (PA) provocadas por exercício físico dependem, em grande medida, da capacidade de se induzir após cada sessão de treinamento o fenômeno da hipotensão pós-exercício (HPE). A presente revisão descreve artigos sobre contribuição do exercício aeróbio, de força e concorrente para a HPE, bem como apresenta possíveis mecanismos fisiológicos envolvidos. A ocorrência de HPE após diferentes tipos de exercício parece ser bem-aceita, tanto em indivíduos normotensos, quanto hipertensos. Contudo, a dose ótima de exercício aeróbio (ex.: relação entre intensidade, duração, modo de exercício e forma de execução) e de força (ex.: relação entre intensidade, volume e massa muscular envolvida) para maximizá-la permanece incerta. Dúvidas também persistem em relação aos diversos mecanismos fisiológicos envolvidos na HPE, que parecem ser diferentes no exercício aeróbio e de força. Destacam-se os mecanismos centrais e locais associados, respectivamente, à diminuição do débito cardíaco (DC) e resistência vascular periférica (RVP). Nesse sentido, os mecanismos envolvidos na HPE após o exercício aeróbio associar-se-iam tanto a fatores centrais (ex.: diminuição da atividade nervosa simpática), quanto a fatores periféricos (ex.: vasodilatação sustentada pela liberação de óxido nítrico, prostaglandinas e receptores da histamina). Na força, a HPE parece relacionarse, principalmente, com a diminuição do DC e a queda do volume sistólico, em resposta à menor perfusão miocárdica ocasionada pela maior compressão sequencial dos vasos.
Descritores: Pressão arterial; Fisiologia cardiovascular; Exercício; Promoção da saúde.
13 - Relação dose-resposta entre nível de atividade física e desfechos em saúde
Alice Ricciardi Sampaio; Jonathan Myers; Ricardo B. Oliveira
doi:10.12957/rhupe.2013.8718
A compreensão sobre a relação de dose-resposta entre atividade física e saúde se faz necessária, em uma perspectiva de saúde pública. O estudo das relações de dose-resposta entre atividade física e saúde deve considerar a interação entre os diversos componentes da atividade física, como o volume (frequência e duração) e a intensidade. Apesar de resultados conflitantes, evidências sugerem uma relação inversa de dose-resposta entre o volume total de atividade física e risco de mortalidade por todas as causas para ambos os sexos, entre jovens adultos e idosos que despendem ao menos 500 kcal/semana (idealmente ao menos 1.000 kcal/semana), que caminham ao menos de 1 a 3 km por dia de modo contínuo ou acumulado em sessões de pelo menos 10 a 15 minutos, com reduções de risco na ordem de 20% a 30%. Até a presente data, são escassos os dados da literatura capazes de estabelecer com clareza a forma da curva de dose-resposta entre a intensidade da atividade física e risco de mortalidade. Em parte, devido a algumas limitações inerentes aos estudos observacionais, como a dificuldade em se quantificar de modo preciso, os níveis de atividade física nos indivíduos em situação de vida real. Futuros estudos deverão incorporar o uso de novas tecnologias para a avaliação dos hábitos de atividade física, bem como serão capazes de gerenciar e analisar a grande quantidade de dados que essas novas tecnologias permitirão coletar, de modo a melhor esclarecer as inter-relações entre os diversos componentes da atividade física e diversas doenças.
Descritores: Epidemiologia; Saúde; Aptidão física; Fatores de risco; Exercício físico.
14 - Aspectos metodológicos e aplicações clínicas dos exercícios com restrição do fluxo sanguíneo
Karynne Grutter; Daniel A. Bottino; Paulo T. V. Farinatti; Ricardo Brandão Oliveira
doi:10.12957/rhupe.2013.8719
O treinamento resistido vem despertando o interesse dos profissionais da saúde, sendo utilizado na prevenção e na reabilitação de lesões, na promoção da saúde e na melhora do desempenho desportivo. O exercício de baixa intensidade com restrição do fluxo sanguíneo representa uma alternativa para indivíduos intolerantes aos protocolos tradicionais recomendados pelo Colégio Americano de Medicina Desportiva, que preconizam alta intensidade para aumento da força e da hipertrofia muscular. Nesse método utiliza-se um manguito de pressão colocado no terço proximal dos membros superiores e/ou inferiores, promovendo uma isquemia muscular com consequente aumento da atividade anabólica. O presente estudo teve como objetivo fazer uma revisão da literatura sobre os aspectos metodológicos dos exercícios com restrição do fluxo sanguíneo, assim como verificar os efeitos musculares e cardiovasculares promovidos por esse tipo de treinamento e suas possíveis aplicações clínicas. Podemos concluir que existem diferentes propostas metodológicas utilizadas nesse tipo de treinamento, não havendo ainda, um protocolo "ideal". No entanto, mesmo utilizando diferentes metodologias, os resultados sugerem que o exercício de baixa intensidade com restrição do fluxo sanguíneo promove respostas musculares semelhantes aos protocolos com cargas altas, como o aumento da força e hipertrofia muscular. No entanto, devem ser prescritos com cautela para indivíduos com doenças cardiovasculares, uma vez que parecem induzir ao aumento do fluxo retrógrado vascular, seguido de possível lesão endotelial por isquemia-reperfusão e consequente diminuição da vasodilatação endotélio-dependente.
Descritores: Fluxo sanguíneo regional; Hipertrofia; Força muscular; Fluxo retrógrado.