Questões/problemas em perícias médicas nos casos de depressão
Colecistite aguda: diagnóstico e tratamento
Pancreatite aguda: etiologia, apresentação clínica e tratamento
Revista associada à:
Out/Dez - 2016
Vol. 15 , N. 4
Artigos Originais
Diego A. Saldanha; Felipe Cortopassi; Yves Raphael Souza; Patricia H. Frasson; Diego Condesso; Bianca Figueira; Rogério Rufino; Cláudia Henrique da Costa; Kenia Maynard
doi:10.12957/rhupe.2016.31604
INTRODUÇÃO: A frequência cardíaca (FC) pode ser utilizada como resposta ao esforço máximo e submáximo durante o exercício. A observação do retorno da frequência cardíaca após o esforço denota informação prognóstica relevante. Há poucos estudos sobre o tempo de recuperação da FC após o teste de caminhada de seis minutos (TC6M).
OBJETIVOS: Analisar a FC após um minuto do TC6M dos indivíduos saudáveis comparando a FC na sua condição basal e final após o teste.
MÉTODOS: Foram avaliados 52 homens e 52 mulheres com idade entre 20-80 anos. Foi analisada e comparada a FC inicial, final e um minuto após o TC6M.
RESULTADOS: FC inicial média foi 77 ± 16 bpm (homens 73 ± 16 bpm; mulheres 82 ± 16 bpm). FC final média foi 111 ± 17 bpm, homens e mulheres apresentaram 107 ± 12 e 115 ± 21 bpm, respectivamente (p < 0,0001). A FC média aferida um minuto após o TC6M foi 86 ± 13 bpm, sendo que os homens apresentaram 85 ± 14 bpm e as mulheres, 88 ± 12 bpm (p < 0,0001).
CONCLUSÕES: A frequência cardíaca de indivíduos saudáveis medida 1 minuto após o TC6M se aproxima da FC inicial. Embora não tenha alcançado os níveis basais, essa rápida recuperação sugere que não seja necessário esperar 30 minutos para a realização do segundo teste em indivíduos saudáveis.
Descritores: Frequência cardíaca; Teste de caminhada em seis minutos; Esforço.
Graciete S. Marques; Priscila Francisca Almeida; Larissa Raíssa C. de Farias; Dayse C. do Nascimento
doi:10.12957/rhupe.2016.31605
INTRODUÇÃO: Uma das complicações graves da fase pós-operatória é a deiscência da ferida operatória (FO). Essa ocorrência mobiliza toda equipe de saúde e acarreta cuidados específicos com o paciente cirúrgico associados ao tempo de internação, custos e riscos envolvidos.
OBJETIVOS: Conhecer o perfil do paciente com deiscência de FO e descrever as condutas com base no registro da equipe de saúde contido no prontuário.
MÉTODOS: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e retrospectivo, realizado em duas unidades de internação de cirurgia geral de um hospital universitário de grande porte, durante o terceiro trimestre de 2013. Os participantes foram selecionados a partir da consulta aos prontuários, e o critério de inclusão foi a presença do termo "deiscência" nos registros de médicos e enfermeiros.
RESULTADOS: Foram registrados 10 casos de deiscências de FO; a maioria em mulheres com histórico prévio de doenças associadas, a partir das 96 horas de pós-operatório. O sítio cirúrgico mais evidenciado foi a região abdominal.
CONCLUSÕES: Embora limitada, a casuística evidenciou não haver uniformidade de condutas e cuidados nos registros de médicos e enfermeiros. Recomenda-se a utilização de protocolos específicos para feridas cirúrgicas visando direcionar a tomada de decisão clínica mais acurada.
Descritores: Deiscência da ferida operatória; Prontuários; Procedimentos curativos; Enfermagem cirúrgica.
4 - Dor crônica, equilíbrio e quedas de idosos em Instituições de Longa Permanência
Angela P. Ghisleni; Gabriela C. Nascimento; Renato G. B. de Mello; Vinícius M. Müller
doi:10.12957/rhupe.2016.31609
INTRODUÇÃO: Entre pessoas idosas, destacando-se as institucionalizadas, as quedas constituem um dos principais problemas clínicos e de saúde pública devido à sua alta incidência, às consequentes complicações para a saúde e aos altos custos assistenciais. Além disso, existe a realidade da alta prevalência de doenças osteomusculares com quadros álgicos importantes.
OBJETIVOS: Verificar se existe associação entre a presença de dor crônica de origem osteomuscular, deficit de equilíbrio e ocorrência de quedas no último ano em idosos institucionalizados.
MÉTODOS: A amostra de idosos residentes em três instituições filantrópicas na região metropolitana de Porto Alegre foi submetida à aplicação dos questionários Miniexame do Estado Mental, Escala de Equilíbrio de Berg, além de um formulário sobre o perfil sociodemográfico e clínico.
RESULTADOS: Foram avaliados 49 idosos, dentre eles, 83,7% mulheres, 44,9% viúvas, 46,9% com escolaridade menor do que oito anos, e 61,2% realizavam algum tipo de atividade física. A média do escore total de BERG no grupo com quedas foi similar a do grupo sem quedas e também o foi entre os grupos com dor e sem dor. Entretanto, houve diferença significativa entre aqueles com idade até 79 anos e os longevos.
CONCLUSÕES: Não foi encontrada associação entre a presença de dor crônica de origem osteomuscular com o desequilíbrio e as quedas. Porém, a idade avançada demonstrou ser um fator determinante no equilíbrio.
Descritores: Envelhecimento; Institucionalização; Dor musculoesquelética; Equilíbrio postural.
5 - Nível de conhecimento dos acadêmicos de medicina sobre o HPV e o câncer do colo uterino
Gabriel M. Silva; Denise L. M. Monteiro
doi:10.12957/rhupe.2016.31610
INTRODUÇÃO: A infecção pelo Papilomavírus humano (HPV) é a infecção sexualmente transmissível mais frequente em todo o mundo. Apesar disso, não se sabe sobre o nível de conhecimento da infecção por HPV entre estudantes e profissionais de saúde.
OBJETIVOS: Analisar o conhecimento básico dos acadêmicos de medicina sobre a infecção pelo HPV e o câncer de colo uterino.
MÉTODOS: Estudo transversal, por questionário distribuído entre 100 acadêmicos de medicina, divididos em dois grupos (G1= 50 alunos do 1º ano; G2= 50 alunos do 6º ano), contendo questões relacionadas ao HPV e sexualidade. A magnitude das associações foi avaliada pelo cálculo de medidas de associações e respectivos IC de 95%. Para entrada dos dados e análise estatística foi utilizado o programa EPI-INFO 3.5.2.
RESULTADOS: Dos 100 acadêmicos participantes, 52% eram homens e 48% mulheres, idade média de 23,1 anos e iniciação sexual aos 16,5 anos. Grande parte dos entrevistados conhece a associação com o câncer de colo uterino (64%G1/88%G2) e as verrugas genitais (70%G1/80%G2). No entanto, a relação com o câncer anal, de esôfago e oral é pouco conhecida, respectivamente, do G1: 10%, 2%, 4% e do G2: 40%, 18%, 16%. O G2 mostra-se mais informado sobre o câncer com p-valor significativo em todas as análises. Quanto à ocasião para vacinação contra o HPV, a maioria acredita que só deva ser realizada antes da sexarca. Foram vacinados contra o HPV apenas 28% do G1 e 14% do G2 (31% das mulheres e 7% dos homens). Dentre os não vacinados, desejam submeter-se à vacinação, 72,5% do sexo feminino e 23% do masculino (p<0,001).
CONCLUSÕES: Os acadêmicos de medicina não estão devidamente orientados sobre a infecção pelo HPV e isto pode acarretar redução da cobertura vacinal e possibilidade de aumento das doenças HPV-induzidas na população.
Descritores: HPV; Neoplasias do colo do útero; Vacina; Prevenção primária.
Artigos de Revisão
6 - As dificuldades de percepção do enfermeiro da atenção primária à saúde do homem
Simone Maria de A. Maia; Willian Malagutti
doi:10.12957/rhupe.2016.31611
INTRODUÇÃO: Segundo descrito na Política Nacional de Atenção Integral da Saúde do Homem (PNAISH) os homens têm dificuldade em reconhecer suas necessidades, cultivando o pensamento mágico que rejeita a possibilidade de adoecer. A política de saúde do homem existe, mas é pouco discutida. A justificativa desse estudo se baseia no fato que no Brasil, embora a expectativa de vida dos homens tenha aumentado, segundo dados do IBGE, de 59,7 para 69,7 anos entre 1980 e 2010, desde 1991 ela vem se mantendo 7,6 anos abaixo da média das mulheres.
OBJETIVOS: Apontar as dificuldades de percepção do enfermeiro da atenção primária à saúde do homem e discutir sobre a forma que tais dificuldades podem interferir em sua prática.
MÉTODOS: Trata-se de pesquisa bibliográfica, qualitativa, de caráter descritivo-exploratório.
RESULTADOS: Com a discussão das publicações potenciais, duas categorias emergiram: a atuação do enfermeiro na Estratégia Saúde da Família (ESF) e as dificuldades do enfermeiro em atuar na saúde do homem. O estudo discute estratégias dentro do que se espera na PNAISH.
CONCLUSÕES: Existem estratégias que podem ser consideradas ao acolher indivíduos do sexo masculino na ESF e o enfermeiro é um facilitador para que sejam alcançados resultados satisfatórios.
Descritores: Enfermagem em saúde comunitária; Saúde do homem; Saúde da família.
7 - Registro de lesão por pressão: O que é abordado?
Dayse C. Nascimento; Gabriela A. S. Ferreira; Jéssica M. L. Silva; Marcelle T. Pioli; Monique R. M. Decio
doi:10.12957/rhupe.2016.31614
INTRODUÇÃO: A lesão por pressão tem sido alvo de grande pre-ocupação para os serviços de saúde, pois sua ocorrência causa impacto tanto para o paciente como para a sua família e a instituição, com aumento do tempo de internação.
OBJETIVOS: Levantar o que é abordado sobre registro de lesão por pressão nas bases científicas e analisar o que é desenvolvido nestes registros.
MÉTODOS: Revisão integrativa com coleta de dados através de um levantamento bibliográfico no Portal Regional da BVS, com os descritores "registros de enfermagem" e "úlcera por pressão", de documentos de 2011 a 2016, em português, inglês e espanhol e disponíveis na íntegra.
RESULTADO: Foram obtidos 9 documentos, predominando o ano de 2014, originados dos EUA e em formato de artigo. Houve apenas uma abordagem superficial dos registros com utilização quantitativa para, por exemplo, dados epidemiológicos, notificações e indicador assistencial; pouco se aprofundou sobre o desenvolvimento de registros. Entretanto, houve relevância quanto ao registro à admissão do paciente, dada a importância financeira do registro, visto ser fonte de melhoria de comunicação e passível de tecnologias e da educação permanente.
CONCLUSÕES: Há pouco registro qualitativo e descritivo das lesões por pressão, e há discrepância entre a importância do registro e sua prática. Sugere-se o uso de tecnologia e educação em saúde como ferramentas facilitadoras da prática do registro, uniformização de linguagem e comunicação, além de mais pesquisas descritivas sobre registro de lesão por pressão (LPP).
Descritores: Úlcera por pressão; Registros de enfermagem; Registro como assunto.
8 - Complicações das rinossinusites
Felipe Marconato; João Mangussi-Gomes; Leonardo Balsalobre
doi:10.12957/rhupe.2016.31616
INTRODUÇÃO: As complicações das rinossinusites (RS) incluem uma série de doenças que necessitam de reconhecimento e tratamento imediatos. A literatura descreve várias formas de classificação e definição destas doenças.
OBJETIVOS: Descrever aspectos epidemiológicos e fisiopatológicos das complicações das rinossinusites.
MÉTODOS: Revisão narrativa utilizando artigos recentes e históricos que norteiam nossa conduta e são utilizados como base dos tratamentos atuais.
RESULTADOS: Dentre as complicações das RS, as que mais se destacam pela frequência são as orbitárias, responsáveis por até 75% dos casos, principalmente em crianças. Além das orbitárias, podem ocorrer ainda as complicações ósseas e cerebrais, constituindo um grande desafio, tanto pela sua dificuldade diagnóstica, como pelos altos índices de morbimortalidade.
CONCLUSÃO: Independente do tipo de complicação, deve-se sempre ter em mente esses diagnósticos diferenciais a fim de se iniciar o tratamento específico o mais precocemente possível e evitar desfechos desfavoráveis.
Descritores: Complicações; Sinusite; Abscesso; Celulite orbitária; Empiema subdural.
Ana Carolina S. Sampaio; Felipe Cortopassi; Yves Raphael Souza; Patrícia H. Frasson; Rogério Rufino; Cláudia Henrique da Costa; Kenia Maynard
doi:10.12957/rhupe.2016.31617
INTRODUÇÃO: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma patologia caracterizada pela obstrução progressiva do fluxo aéreo, parcialmente ou não totalmente reversível, causando prejuízos funcionais. Associado a tais limitações há também a disfunção muscular periférica. Existem evidências de que alterações musculoesqueléticas relacionadas à inatividade física repercutem negativamente no prognóstico dos pacientes com DPOC. Dessa forma, o fortalecimento muscular nestes indivíduos proporciona, além do aumento da força muscular, melhora da capacidade funcional e da qualidade de vida.
OBJETIVOS: Identificar os aparelhos utilizados para treinamento de força muscular e a eficácia dos programas de reabilitação pulmonar (PRP) em pacientes com DPOC.
MÉTODOS: Revisão narrativa com busca sistemática nas bases de dados Scielo, Pubmed, Medline e Tripdatabase, dos artigos publicados no período de 2005 a 2016.
RESULTADOS: Foram selecionados 24 estudos e descritos os tipos de equipamentos utilizados para o treino de força e os resultados dos programas de reabilitação.
CONCLUSÕES: Os equipamentos de musculação são os mais utilizados para este fim, porém opções mais viáveis e mais versáteis produzem os mesmos resultados, além disso, em todos os estudos, os PRP produziram resultados significativos.
Descritores: Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); Reabilitação pulmonar; Fortalecimento muscular; Disfunção muscular periférica; Aparelhos para treinamento muscular; Alta intensidade.
Caso clínico
10 - Homem com úlceras orais, febre e hiperemia conjuntival
Juliana S. Rodrigues; Stephanie Cathrem F. dos Santos; Maria Clara Amaral; Aloysio Fonseca
doi:10.12957/rhupe.2016.31618
Homem de 27 anos, previamente saudável, foi admitido para investigação de febre intermitente, artrite migratória, úlceras orais, além de hiperemia conjuntival. Na admissão hospitalar, apresentava derrame pericárdico volumoso com restrição diastólica e sinais de insuficiência cardíaca.
Descritores: Febre; Úlceras orais; Hiperemia conjuntival; Doença de Behçet; Tamponamento cardíaco.
Agradecimentos
11 - Agradecimentos aos Editores Adjuntos e Pareceristas de 2016
Roberto A. Lourenço
Descritores: